Como conversar sobre sexualidade com meu filho

A comunicação entre pais e filhos é muito importante, o jovem deve ter em quem confiar para poder se abrir, compartilhar seus sentimentos e tirar suas dúvidas.

Os jovens têm iniciado cada vez mais cedo a vida sexual e com ela, vem toda a maturidade e responsabilidade de ter relações com segurança e aprender a respeitar sua parceira. Em bate papo com Jerusa Drummond ela compartilha um pouco sobre sua relação com seu filho mais velho, Lucas, e como é importante esse diálogo entre eles.

1. Qual a melhor maneira de introduzir o tema "sexualidade" com um filho adolescente?

A melhor maneira de introduzir a sexualidade varia com a idade. Acho que uma conversa é essencial, e uma conversa verdadeira, real. Tudo depende da idade daquele filho, se for uma criança, usamos um método mais lúdico, mas temos que falar sobre isso. No mundo em que vivemos onde existe a pedofilia, o estupro, não podemos deixar de explicar de orientá-los.

2. Você tem um filho adolescente, como foi sua primeira conversa com ele sobre o assunto?

Na primeira conversa que tive com meu filho mais velho, o Lucas, eu agi de forma natural com ele. Tem uma fase em que eles descobrem a sexualidade, a fase da descoberta, eu fui percebendo e introduzindo o assunto. No começo ele ficou um pouco com vergonha, às vezes fugia, mas a gente vai devagarzinho para que eles tenham segurança de falar.

3. Como você define a criação do seu filho?

A criação do meu filho foi em cima de uma educação com limites, uma vez que sou mãe, e sempre com respeito, porque acredito que na criação tem que ter amor e companheirismo, mas existe também a hierarquia.

Eu dou a ele a liberdade de falar comigo de todos os assuntos, de expor de forma respeitosa, o que ele pensa, acha, como ele se sente. Mas nem sempre eles querem falar com a gente, mesmo a gente dando essa liberdade.

4. E como é sua relação com ele?

No meu ponto de vista considero uma relação muito boa. Ele é o meu maior companheiro, um menino que me passa muita segurança, eu me sinto à vontade para falar com ele, debater assuntos com ele.

5. Você confia no seu filho?

Confio, embora por ser ainda adolescente comete erros, então eu confio sim na criação que dei para ele, na pessoa dele, mas sempre tenho que estar alerta e atenta, porque ele vai para o mundo, e no mundo encontrará pessoas boas e ruins.

6. Qual a importância em ter um diálogo aberto com seus filhos?

É de extrema importância ter um diálogo aberto com os filhos sobre sexualidade, porque ele vai obter a instrução de quem o ama, de quem quer o seu bem, de quem deseja que ele seja feliz.

Além disso, é muito melhor ele saber por mim, do que de uma forma chocante ou traumática. Principalmente no mundo em que vivemos hoje, onde a pedofilia está cada vez maior, o grande aumento do crime de estupro, precisa ser nós a falar com eles, antes nós pais falarmos, do que o pedófilo, o estuprador.

7. Quais conselhos você deu ao seu filho sobre sexualidade?

Eu falo sempre que tem que tomar cuidado, pois, existem doenças sexualmente transmissíveis, para ele respeitar a pessoa que está com ele, a valorizar, a não sair falando das experiências que ele tiver em grupos, difamando a imagem de alguém, que ele tem que respeitar a outra pessoa.

Digo que tudo tem a sua hora certa, para que ele não antecipasse muito essa iniciação sexual até pela falta do amadurecimento. Aquela conversa de mãe mesmo, que quer muitas vezes proteger o filho e as filhas das outras pessoas, ensinando ele a respeitar.

8. Qual sua opinião sobre educação sexual nas escolas?

Acredito que nas escolas tem que ser introduzido assuntos como estupro, pedofilia, relacionamentos abusivos. Tem que ser falado de acordo com cada idade, obviamente, uma linguagem apropriada para cada idade, mas tem que ser falada a realidade que acontece aqui fora. Ensinando a respeitar todas as orientações sexuais, temos que respeitar o ser humano independente e acima de tudo.

Fora que o ensinamento começa em casa, acho que os pais não devem passar essa responsabilidade completa e absoluta para a escola sobre a criação dos seus filhos.